quinta-feira, 5 de março de 2015

CAMINHEIRO SEM RUMO


Triste e nostálgico caminheiro sem rumo,
Sem bússola e sem norte,
Sigo, entre a névoa e o sonho,
'Ânsia ardente de realidades inalcançadas',
Na frase de Tasso da Silveira,
Margeando profundos abismos,
Fustigado por fortes ventos,
Sem derramar uma só lágrima
E sem jamais olhar para trás.

Amante da melancolia do crepúsculo,
Do 'spleen' do cair da tarde,
Tanto quanto da tristonha garoa
E das folhas que o vento outonal para longe leva,
Vou pelos árduos e desertos caminhos da vida,
Nostálgico da Sombra de Deus
E da Luz que d'Ele emana,
Com a alma aflita por já não crer que há,
Depois das trevas da caliginosa noite desta vida,
Uma alvorada mais bela
Do que todos os crepúsculos deste Mundo.

Victor Emanuel Vilela Barbuy,
São Paulo, 05 de maio de 2004.